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ESTILHAÇOS - Biografia

Surgido em 2004, na sequência de um convite para uma das Quintas de Leitura – o nome das sessões mensais com que o Teatro do Campo Alegre, no Porto, homenageia a poesia e os poetas –, “Estilhaços” nasceu como um espetáculo de spoken word, em que Adolfo Luxúria Canibal lia alguns textos e poemas do seu livro homónimo acompanhado ao piano e outros teclados por António Rafael. Posteriormente, mantendo as mesmas características, passaria a contar com a participação de Henrique Fernandes (contrabaixo), formação que iria gravar o primeiro disco do projeto, de título homónimo, editado em 2006 pela Transporte de Animais Vivos, selo discográfico da Quasi Edições.

Prosseguindo apresentações regulares, o coletivo foi renovando o seu reportório, acrescentando novos textos e poemas – mais uma vez retirados do livro “Estilhaços”, mas também alguns de génese mais recente – aos inicialmente interpretados. Em Novembro de 2010, e depois de Jorge Coelho (guitarra) se ter juntado ao grupo, foram convidados pela Fundação Cupertino de Miranda – Museu do Surrealismo para uma sessão de homenagem a Mário Cesariny. Essa intervenção daria azo a uma remodelação radical do espetáculo, que mudaria a designação para “Estilhaços de Cesariny” e, a par dos escritos de Adolfo Luxúria Canibal, passava a incluir poemas do poeta surrealista. Seria este formato que, já em 2011, constituiria a base para a digressão que se seguiu e que os quatro músicos iriam gravar para a edição de um novo CD, “Estilhaços e Cesariny”, editado pela Assírio & Alvim no final do ano juntamente com o livro homónimo.

Mas antes, em Novembro de 2011, sairia o disco “Desenho Diacrónico”, sob a chancela da Galeria Perve, integrado no catálogo da exposição homónima inaugurada a 15 desse mês, em Lisboa, com o longo poema que Adolfo Luxúria Canibal fez para o livro-objecto com o mesmo título, inspirado pelos desenhos também aí incluídos do pintor, fotógrafo e poeta surrealista Fernando Lemos.
Já em Abril de 2012 o coletivo edita o tema “Nevoeiro” na coletânea de bandas de Braga “À Sombra de Deus IV – Braga 2012”, uma reinterpretação do texto e da música compostos por Adolfo Luxúria Canibal e António Rafael para o filme de videoarte “S/ Título (Мій Голос)” que Adolfo Luxúria Canibal e o artista plástico João Onofre tinham apresentado no ano anterior no 19.º Festival Internacional de Cinema – Curtas de Vila do Conde.

Entretanto, são convidados pela associação Ao-Norte para comporem pequenas peças a partir dos livros por ela editados na coleção “O Filme da Minha Vida”, onde vários ilustradores interpretam graficamente os filmes que os marcaram. É o conjunto dessas peças, a musicarem os textos de Adolfo Luxúria Canibal despoletados pelos livros da coleção, que origina o novo espectáculo denominado “Estilhaços Cinemáticos”, cuja estreia ocorreu a 11 de Maio de 2013 nos Encontros de Cinema de Viana do Castelo, e que depois de gravadas constituíram o álbum homónimo editado pela Cobra no início de 2014.

 

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