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Serenata ao Fado

Serenata ao FadoSerenata ao Fado

Apoiado pela Reitoria da Universidade do Minho e pela Associação de Antigos Estudantes da mesma universidade, o Grupo de Fados e Serenatas cumpriu com êxito o espectáculo «Serenata ao Fado» no pretérito dia 12 de Abril, no Theatro Circo, com casa cheia.

As individualidades e os grupos convidados corresponderam em presença a uma iniciativa cuja organização há muito se impunha e cujos resultados serão repercutidos no futuro. Braga assistiu a um espectáculo de memórias e de promessas, promovido com generosidade e com entusiasmo e vivido com elevado nível de adesão.

Braga mereceu e merecia este espetáculo, até porque é uma cidade onde vivem alguns tocadores de guitarra e alguns intérpretes de apurada técnica e longo historial.

O Fado de Coimbra foi a menina dos olhos de toda a gente, foi o género musical em ação, foi o estilo de vida em palco. O país ainda se revê nestes códigos ou sistemas culturais de produção musical, não só por eles terem muitos anos de formação e de desempenho, mas sobretudo por eles espelharem modos de vida e filosofias da arte que asseguram a vitalidade cultural de largos setores sociais, especialmente a juventude universitária. O Fado enquanto género musical assume, no nosso país, duas representações distintas, quer na execução técnica, quer na inspiração temática, que se enquistaram na identificação de Fado de Lisboa e Fado de Coimbra, dando, inclusive, justificação ao fabrico diferenciado das guitarras e à sua afinação e técnica de execução.

Foi bom e bonito e proveitoso termos estado em presença de grupos intérpretes e criadores do Fado de Coimbra, alguns deles mais do que herdeiros de uma tradição de tocar e cantar o fado, na medida em que não só a repetem como a transformam e recriam e projetam. Foi pena a ausência de Almeida Santos, mas a sua carta de justificação potenciou os factores das memórias e da história desta modalidade musical.

Serenata ao Fado - Vista Geral de Palco
O fado de Coimbra estriba-se numa história da música portuguesa a partir de alguns argumentos que se mantêm dinâmicos: resulta de uma tradição de cantar e tocar a guitarra que se «opõe», em técnica, em ritmo e em temáticas, ao fado de Lisboa; mantém viva a dinâmica da palavra sobre a do ritmo, apurando a técnica vocal a partir dos modelos de formação erudita; estrutura-se numa técnica de execução da guitarra que concilia inventividade melódica e de acompanhamento, dando importância pessoal e de grupo ao desempenho de «variações» ou peças instrumentais, criações de autor.
O programa do espetáculo teve as preocupações de mostrar uma carta bem recheada de fatos musicais, alguns na linha da tradição pura e dura, outros já com linhas evolutivas e tendências experimentais. O público teve a oportunidade de verificar que se respeita um cânone de tradição e que esse cânone mexe, move-se. Em suma, o programa quis mostrar que é bom que os velhos e os jovens aprendam e repitam, é bom que recriem e criem, é bom que respeitem e que se atrevam.
O Grupo Presença de Coimbra (constituído por Manuel Borralho, um mestre com escola já em Braga, e José Ferraz – guitarras – Manuel Gouveia – viola – e Jorge Cravo – voz) fez a abertura do espetáculo e deixou bem patente a sua dinâmica de renovação e procura de novos caminhos, quer em termos de escolha poética, quer em termos de construção formal. A fuga ao lugar comum e ao modelo mais simples requereu um elevado desempenho técnico e um aproveitamento das potencialidades instrumentais aos intérpretes, que se mostraram à altura, mas que teriam beneficiado com um melhor equilíbrio da ampliação sonora.

O Grupo Serenata de Coimbra juntou algumas individualidades que marcaram a história do fado, quer como intérpretes, quer como compositores, com destaque, naturalmente, para Luís Goes, sem desprimor para os outros. Nas guitarras, a presença de João Moura, outro mestre que fez já escola em Braga, e Alexandre Bateiras, trouxeram a técnica de execução instrumental mais intensiva, ao estilo Carlos Paredes, os intérpretes foram uma variada escolha de timbres e de posturas, mas Luís Goes aproveitou bem a oportunidade de mostrar essa linha já consagrada do Fado de Coimbra como canção de intervenção cívica, a aproximar-se de formas mais eruditas ou mais exigentes, até quando parecem simples e já estão no ouvido de todos.

Serenata ao Fado - Capa

Memórias de José Afonso e de Adriano e de Luís Goes foram trazidas ao palco para confirmarem uma história de marcos evolutivos no Fado de Coimbra, nesse lastro comum que se fez a partir de canções populares das Beiras e a partir de canções de protesto e de intervenção, com a consagração das variações instrumentais, demonstrações de técnica e de composição. Toda uma história mostrada num coletivo de vozes, o Coro de Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, com o piano, as guitarras e as violas, numa harmonização potenciadora dos impactos melódicos, ora na voz dos intérpretes singulares, ora nas intervenções corais, com momentos divertidos de composição naturalista como aquele composto de assobios, vozes de aves e sons de rua. Toda a criatividade está ao alcance dos intérpretes, é bom não esquecer, e todos têm a ganhar com a imaginação livre dos sons e das suas funções.

Por último, os grupos da cidade. Primeiro, o Grupo de Fados de Antigos Estudantes das Universidades de Coimbra, Porto e Minho, onde as guitarras de Domingos Mateus e de Luís Cerqueira e a viola de Luís Veloso se alcandoraram a um notável desempenho, e onde as vozes, na sua diversidade de timbres e de empenhos, demonstraram os prazeres da variedade, mas onde Napoleão Amorim se expôs com toda a sonoridade intacta dos seus primeiros anos e ao mais já conta 84, confirmando essa característica peculiar destes eventos: mostrar em idade avançada a vitalidade de registos sonoros que marcaram a juventude.

Depois, o Grupo de Fados e Serenatas da UM: os jovens que asseguram a atual formação estiveram impacientemente no seu melhor, acusaram o toque da responsabilidade, mas demonstraram o essencial: aprenderam bem com os mestres, interiorizaram os cânones da tradição, agora predispõem-se a enfrentar o futuro sem complexos formais. Todo o caminho de criatividade os espera, todo o caminho de identidade os há-de julgar, todos os caminho de facilidade os poderão trair.

Uma palavra de louvor ao trabalho de mobilização levado a cabo pelo Jaime Leite, uma figura incontornável no movimento associativo e neste desenvolvimento do Fado de Coimbra em terras de Bracara Augusta, esta cidade que não deve pôr de parte a ideia de contribuir para um «fado» seu, tantas são as suas peculiaridades de influência.

BONS SONS: Está a chegar o maior festival de música portuguesa

De 14 a 17 de Agosto o BONS SONS regressa à Aldeia de Cem Soldos, em Tomar.

Com 4 dias, 8 palcos e 55 bandas, o BONS SONS’14 oferece um cartaz actual, amplo e ecléctico. Do indie rock ao fado, das influências tradicionais aos movimentos contemporâneos, o programa espelha a diversidade e a força da música portuguesa da actualidade.

Este ano, a festa começa logo dia 13 de Agosto com uma memorável Recepção ao Campista. Quem chega na véspera para se instalar no Parque de Campismo que a organização disponibiliza gratuitamente aos portadores do bilhete de 4 dias, terá uma Festa de Recepção com o concerto de Holy Nothing e DJ set de Bons Rapazes (Álvaro Costa e Miguel Quintão) que prometem fazer o aquecimento do público para os 4 dias de programação intensa.

Para além da programação musical, e tal como nas passadas edições, o BONS SONS’14 ocupa a Aldeia com exposições de arte contemporânea, sessões de curtas-metragens, actividades para crianças, passeios de burro, feira de marroquinarias e um diversificado conjunto de espaços de restauração.

O BONS SONS é um festival de música mas, antes de tudo, é uma experiência única, disponível por apenas 35€, para os 4 dias, ou 15€ para 1 dia.

António Chaínho, Sérgio Godinho, Gaiteiros de Lisboa, Gisela João, Ricardo Ribeiro, Amélia Muge, JP Simões, Noiserv, Samuel Úria, Peixe, Osso Vaidoso, Capicua, Brass Wires Orchestra, Norberto Lobo + João Lobo, Tiago Sousa, Simão Costa, Mila Dores, Mara, Os Capitães da Areia, Memória de Peixe, Torto, First Breath After Coma, Los Waves, Moullinex, Ciclo Preparatório, Long Way to Alaska, Aduf, Lavoisier, Nome Comum, OrBlua, Ermo, Luís Antero, Charanga, Guta Naki, Reportório Osório, Azáfama (Cachupa Psicadélica, Capitão Capitão, Hombres con Hambre, O Martim, TV Rural e Vitorino Voador) e Bons Rapazes + Fernando Alvim, entre outros.

Vem Viver a Aldeia!

Conheça o cartaz e imagem do Festival

Faça o donwload de fotos, PK e tudo mais em www.bonssons.com/press

Cumprimentos cem soldenses,

 

Daniela Craveiro
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Viva a Música - 18 anos

Desde 1993 que germinava a ideia de fazer uma emissão de rádio, exclusivamente com música tocada ao vivo e em direto. Música cantada em português, entenda-se, composta em Portugal, no Brasil ou nos Palops. Foram precisos 3 anos para dar forma a esta ideia antiga.

Agora, semanalmente às 5ªs feiras, entre as 15h00 e as 16h00, desde Setembro de 1996, está no ar na ANTENA 1 o programa VIVA A MÚSICA, que decorre no Teatro da Luz, em Lisboa, com produção de Ana Sofia Carvalhêda e realização e apresentação de Armando Carvalhêda.
Cada temporada decorre entre Setembro de um ano e Junho do ano seguinte, estando portanto a decorrer a18ª, que irá prolongar-se até finais de Junho de 2014.
Feitas as contas, realizaram-se até hoje mais de 700 programas que movimentaram mais de 2500 músicos, sempre em direto, sempre ao vivo. Por este Palco da Rádio que é o VIVA A MÚSICA, espaço infelizmente único no audiovisual português, já passou tanta gente…
De Pedro Barroso aos Xutos e Pontapés; de Carlos do Carmo aos GNR; de Luís Represas à Brigada Victor Jara; de Jorge Palma à Ala dos Namorados; de Sérgio Godinho aos Polo Norte; de Paulo Gonzo à Ronda dos 4 Caminhos; de Mafalda Arnault aos Delfins, de Camané aos UHF; de Vitorino a António Chaínho; de Paulo de Carvalho aos Gaiteiros de Lisboa; de Pedro Abrunhosa a Mariza; de Gal Costa a Rui Veloso; de Martinho da Vila a Kátia Guerreiro; de Fernando Tordo a Ana Moura; de Rão Kyao a Teresa Salgueiro; dos Clã a Dulce Pontes… Enfim, já praticamente todos os que têm escrito e continuam a escrever a melhor história da música cantada em português dos últimos 30 anos, passaram pelo VIVA A MÚSICA, não esquecendo Tito Paris, Zeca Baleiro, Filipe Mukenga, Lura, Waldemar Bastos, Nancy Vieira, etc…

A 18ª temporada do VIVA A MÚSICA representa portanto para a ANTENA 1 a continuação da reiterada aposta de sempre: a música cantada em português.

Até breve Silence 4

Na sua última digressão os Silence 4 passaram pelo multiusos de Guimarães onde brindaram o seu público com um concerto que balanceou entre a nostalgia e o intimismo.
Com um farol como cenário, quem sabe a iluminar os caminhos futuros de um grupo que regressou aos palcos após prolongada ausência, os Silence 4 demonstraram que o tempo não desfaz o sentimento coletivo que os une desde o início da sua carreira.
Em grupo, a solo, ou incluídos em novos projetos, esperemos rever em breve todos os elementos dos Silence 4 que nos fizeram vibrar durante muitos anos.
O caminho continua...
Até breve Silence 4.

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