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Arrefole

Os Arrefole – Folk progressivo português, são um grupo português que procura interpretar a música representativa do povo, vendo-a como fundamental para a compreensão da realidade do nosso tempo.

“Oriundos de um meio urbano, tentam recriar uma experiência sonora que tenha a ruralidade como pano de fundo.(...) Encravados no eterno conflito entre tradição e modernidade, entre um tempo que insistem ainda não ter passado, e outro, que estão seguros que já chegou, tocam o que a sensibilidade e a circunstância de um povo lhes transmite...” 

Embora o nome e a banda Arrefole exista desde 2000, em jeito de laboratório de experiências sonoras no universo da música tradicional, o projecto Folk, surge e desabrocha verdadeiramente em 2006 com o lançamento do primeiro trabalho discográfico – o álbum “Veículo Climatizado”, editado em CD, resulta com um vincado carácter concetual, embora nascido do manancial de temas tradicionais tocados ao vivo em concertos por todo o País (Portugal Continental e Ilhas), nas vizinhas Galiza e Castela (Espanha) e na Alemanha, onde cativam o público com a sua energia e a alegria das suas músicas. Traduz-se num ponto de viragem, em que se pretende transformar um conjunto de boas ideias num projeto sério e duradouro.

Álbum

Este álbum “Veículo Climatizado”, foi distinguido como o Melhor Álbum Revelação de 2006 segundo o programa “Sopa de Pedra” da Rádio Universitária do Algarve.

Renascidos em 2009, respondendo a um público fiel que segue o seu trabalho com curiosidade e entusiasmo, encontram-se presentemente em pré-produção do 2º trabalho, que desejam mais maduro e prometem mais arrojado ainda.

Formação
 

Daniel Pereira

(Cavaquinho, Bandolim, Braguesa, Guitarra)

Gonçalo Cruz

(Gaitas de Fole europeias, whistles e flautas)

João Conceição

(Percussões)

Nuno Flores

(Guitarra e Bouzouki)

Raquel Ferreira

(Voz)

Ligações

Arrefole  – Viva quem toca o pandeiro

Arrefole  – Marinheiro

Arrefole  – Metromeno

Novos Restelos

Novos RestelosNovos Restelos

Fazendo jus ao nome Novos Restelos, eles "partiram" em busca de novas expressões da Música Portuguesa nunca descurando o que há demais marcante em termos de influências várias das quais souberam fazer um aproveitamento muito "sui generis".

António Augusto, José Lage e Mário Caeiro promoveram este projeto com uma rota previamente definida, da qual resultaram trajetórias que passaram pela divulgação de canções portuguesas não-originais com novos arranjos instrumentais, até a uma seleção de músicos onde as dinâmicas de trabalho permitissem um bom trabalho de equipa. Um conjunto de temas originais de António Augusto, culminou nos inéditos que agora apresentam no seu primeiro CD “Trilhos”.

São "Restelos" porque o projeto nasce no Restelo, precisamente no local onde no século XV os Portugueses partiram para os Descobrimentos. São "Novos" porque pretendem integrar-se sempre em novos ambientes sonoros na Música Portuguesa.

Os músicos são: António Augusto (voz e guitarras); José Lage (teclas); Mário Caeiro (acordeão e voz); Torcato Rocha (baixo e voz); Sérgio Costa (bateria e percussão) e Zé Manel (guitarras).

Novos RestelosO gaiteiro Paulo Marinho (Gaiteiros de Lisboa, Sétima Legião) e a fadista Tânia Oleiro participaram como convidados especiais neste projeto, além de um coro de alunos da turma J do quinto ano da Escola El-Rei D. Manuel I de Alcochete (2010/2011).

Tendo por temática dominante o Amor, as canções dos Novos Restelos, incorrem numa banalidade melódica e na simplicidade da harmonia. Bem sabemos que só a leitura de um verso, poderá ter na sua entoação musicalidade, mas também sabemos que para muitos "um verso sem música é como um rio sem água".

LigaçõesPaula Cordeiro 

Up Music Talents

Novos Restelos - Dança a dois

www.facebook.com/pages/Novos-Restelos

Braga - cidade de sons

José MachadoBraga - cidade de sons

Por José Hermínio da Costa Machado, mestre, professor.

Para a celebração dos 150 anos da ACB, deixemos entrar pelas ruas da cidade as bandas filarmónicas dos concelhos que se inscrevem no seu âmbito de ação, pois elas trazem a história longa das práticas musicais das suas gentes e agora executam o Hino de S. João: a Banda Filarmónica de Amares (fundada em 1853), a Banda de Música de S. Miguel de Cabreiros (em 1843), a Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso (1904), a Banda Musical de Calvos (entre 1830-1850), a Banda Musical da Carvalheira (1839), a Banda Filarmónica de Santa Maria de Bouro (1858), a Sociedade Filarmónica de Vilar Chão (1830), a Filarmónica de Vieira do Minho (1898), a Banda Musical de Aboim da Nóbrega (1735) e a Banda Musical de Vila Verde (1936).

De seguida, ouçamos o carrilhão da Sé (data do século XVII), entre outros que Braga tem (S. Vicente, Santa Cruz), num misto de repertório clássico e popular.

Uma vez na Igreja Primacial, deixemo-nos enlevar pela música gregoriana que a «Escola de Braga» sempre conservou e promoveu, com uma tradição do estudo (espólio, arquivo, museu) e da criação da música, essencialmente religiosa, mas também erudita (de câmara, de orquestra, coral), mergulhadas na contemporaneidade dos géneros: os compositores e os intérpretes da «música em Braga» se, por um lado testemunham a iniciativa dos seus arcebispos, por outro lado inscrevem-se de pleno direito na memória musical do país e do mundo, sirvam de exemplo dois nomes notáveis: Manuel Faria (1916-1983), Joaquim Santos (1936-2008).  

Tal como no comércio, Braga é porosa aos sons do mundo, mas também identitária («O Minho parece ter no seu espaço sonoro uma ancestralidade folclórica» - escreveu Rui Abreu, Blitz, 82, 51). Aqui se ouvem, praticam e cultivam todos os domínios musicais, desde a música erudita (concertos, recitais, audições, teatro, «performance») à música tradicional e popular (Zés-pereiras, fanfarras, bandas, conjuntos de baile, «aparelhagens de som», desfiles, festivais de folclore, encontros de coros, concertos de pop-rock, cantares ao desafio, tunas, fados, músicos de rua), desde o fado (Manuel Lima, Acofa) e a canção de Coimbra (Manuel Borralho, Grupo de  Fados da ARCUM) ao pop-rock (hip-hop, soul, funk)e ao jazz, desde a música de intervenção às músicas das comunidades migrantes. «Qualquer coisa entre a Sé de Braga e Nova York» - nas palavras de António Variações (Fiscal, Amares: 1944-1984) – pode ser fio condutor para a descrição dos sons que enchem os espaços urbanos, os de periferia e os rurais: os promotores e os mediadores, os criadores e os intérpretes, as indústrias culturais, as editoras, os meios de comunicação e a rede virtual, como noutros lugares, também aqui dão sinais de expansão, aqui manifestam sinais de crise e de mudança, com uma visibilidade de escala.

Se o ciclo das festividades religiosas e populares marca com repertórios a agenda musical dos bracarenses de forma massiva e pública, também as instâncias de programação (instituições, escolas, associações, municípios, gestores culturais) desenvolvem iniciativas para uma agenda musical de livre escolha, em espaços reservados e específicos (teatros, auditórios, parques, palcos).

Podemos enunciar, a título de exemplo, um conjunto de lideranças da vida musical bracarense: o Departamento de Música do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho, o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian,  a Companhia da Música da Casa de Música de Braga, as formações musicais como Orfeão de Braga, «Capella Bracarensis», a escola de Música Sacra Bracarense, o Coro e Orquestra Académica da Universidade do Minho, os múltiplos coros paroquiais, os grupos de pop-rock (Mão Morta, Peixe-Avião, «Buda»), os gestores culturais (Theatro Circo, Braga-Jazz), a edição (À Sombra de Deus, Tradisom), as associações, os grupos de folclore, os grupos de música popular (Raízes, Canto d’Aqui).

Braga, cidade de sons – é  também uma memória pessoal de vivências musicais.. Cheguei a Braga em 1964 para estudar no Seminário do Espírito Santo, numa ambiência sonora de cariz religioso, com prática de canto coral e órgão, mas já permeável aos sons «profanos» da televisão e do cinema, aos sons do teatro, onde pontuavam as melodias clássicas (aberturas, árias) e populares, executadas por uma tuna de instrumentos de corda (contrabaixo, bandolim, violão, violino, violoncelo).

Os anos seguintes foram de contacto com as músicas de Cabo Verde (mornas, coladeiras) e de Angola, lugares de missão. De 1968 em diante, a abertura intensiva ao mundo musical da pop marcou os dias, as horas e os tempos de intervalo: acordava-se ao som dos Beatles, sentia-se o entusiasmo de adaptar as músicas religiosas ao ritmo e às melodias do mundo exterior.

Paralelamente, o circuito dos concertos da Juventude Musical Portuguesa: havia na cidade, na biblioteca pública quase sempre, concertos de música clássica (piano, música de câmara). Depois, no Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga, em formação musical e clarinete, o contacto com a música contemporânea através das atividades de Cândido Lima (audição de Xenakis e de Emanuel Nunes, visita à Fundação Gulbenkian, assistência a concertos de orquestra).

Com o 25 de Abril tudo se fragmentou, não para desaparecer, mas para se distribuir por múltiplas experiências, umas de ruptura, outras de aprendizagem, contacto e assimilação de sonoridades. Na escola, a integração da música nas atividades didáticas, no teatro, nas festas; na aldeia, a preparação do coral para as músicas da liturgia; com os amigos, a experiência da improvisação, o contacto com o jazz, a frequência de músicas de baile, a audição da rádio, a compra de revistas da especialidade (o Mundo da Canção), até à formação de um grupo de folclore (aboios, modas de terno, coreográficas, religiosas).

Os circuitos da cultura musical passaram a ter paragens periódicas: construtores de instrumentos (Museu dos Cordofones), arquivos, concertos, Braga-jazz, festivais de Tunas, concertos de bandas, idas à ópera, palestras, leituras, investigações.

A experiência pessoal reflete um percurso geracional, testemunha o país e a cidade. Hoje, embora verificando, quer na música erudita, quer na música popular, a falta de algumas áreas da vida musical, por exemplo, a ópera, a música contemporânea, o teatro de revista, Braga entrou decididamente nos caminhos do consumo e da promoção de «sons» que a singularizam e também a globalizam.

Bibliografia sumária:

Blitz (2012-2013). Medipress.

Carneiro, Álvaro (1959) A Música em Braga. Braga: Theologica.

Castelo-Branco, Salwa (dir.) (2010) Enciclopédia da Música em Portugal no século XX. Lisboa: Círculo dos leitores.

Castelo-Branco, Salwa El Shawan, Branco, Jorge Freitas (2003) Vozes do povo: A Folclorização em Portugal. Oeiras: Celta.

Lima, Paulo (coord.) Michel Giacometti Filmografia Completa. RTP Edições, Tradisom.

Sampaio, Gonçalo (1944) Cancioneiro Minhoto. Porto: Livraria Educação Nacional.

José Hermínio da Costa Machado

Manual de Percussão

Manual de Percursão

Este manual pretende contribuir para o apoio ao estudo da percussão tradicional portuguesa. A proliferação de grupos de percussão tradicional tem sido notória em Portugal nas últimas décadas. Inspirados por séculos de atividade dos emblemáticos “Zés Pereiras” e, mais recentemente, pelo trabalho de músicos como Rui Júnior, José Salgueiro e muitos outros autores e promotores da cultura da música popular e tradicional portuguesa, estes novos grupos de tocadores têm procurado estéticas frescas que possam de alguma forma revitalizar a percussão tradicional em Portugal. O manual foi redigido a pensar na cultura portuguesa e constitui um registo que partiu da prática regular (diária) levada a cabo nas diferentes intervenções (performativas, formativas, etc.) que o autor conduziu ao longo de quase duas décadas, tendo sido pensado para a criação de uma “ferramenta” que possibilite a sistematização dos conhecimentos culturais e que possa de alguma forma projetá-los, numa experiência de partilha e de valorização social.

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