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Viva a Música - 18 anos

Desde 1993 que germinava a ideia de fazer uma emissão de rádio, exclusivamente com música tocada ao vivo e em direto. Música cantada em português, entenda-se, composta em Portugal, no Brasil ou nos Palops. Foram precisos 3 anos para dar forma a esta ideia antiga.

Agora, semanalmente às 5ªs feiras, entre as 15h00 e as 16h00, desde Setembro de 1996, está no ar na ANTENA 1 o programa VIVA A MÚSICA, que decorre no Teatro da Luz, em Lisboa, com produção de Ana Sofia Carvalhêda e realização e apresentação de Armando Carvalhêda.
Cada temporada decorre entre Setembro de um ano e Junho do ano seguinte, estando portanto a decorrer a18ª, que irá prolongar-se até finais de Junho de 2014.
Feitas as contas, realizaram-se até hoje mais de 700 programas que movimentaram mais de 2500 músicos, sempre em direto, sempre ao vivo. Por este Palco da Rádio que é o VIVA A MÚSICA, espaço infelizmente único no audiovisual português, já passou tanta gente…
De Pedro Barroso aos Xutos e Pontapés; de Carlos do Carmo aos GNR; de Luís Represas à Brigada Victor Jara; de Jorge Palma à Ala dos Namorados; de Sérgio Godinho aos Polo Norte; de Paulo Gonzo à Ronda dos 4 Caminhos; de Mafalda Arnault aos Delfins, de Camané aos UHF; de Vitorino a António Chaínho; de Paulo de Carvalho aos Gaiteiros de Lisboa; de Pedro Abrunhosa a Mariza; de Gal Costa a Rui Veloso; de Martinho da Vila a Kátia Guerreiro; de Fernando Tordo a Ana Moura; de Rão Kyao a Teresa Salgueiro; dos Clã a Dulce Pontes… Enfim, já praticamente todos os que têm escrito e continuam a escrever a melhor história da música cantada em português dos últimos 30 anos, passaram pelo VIVA A MÚSICA, não esquecendo Tito Paris, Zeca Baleiro, Filipe Mukenga, Lura, Waldemar Bastos, Nancy Vieira, etc…

A 18ª temporada do VIVA A MÚSICA representa portanto para a ANTENA 1 a continuação da reiterada aposta de sempre: a música cantada em português.

Até breve Silence 4

Na sua última digressão os Silence 4 passaram pelo multiusos de Guimarães onde brindaram o seu público com um concerto que balanceou entre a nostalgia e o intimismo.
Com um farol como cenário, quem sabe a iluminar os caminhos futuros de um grupo que regressou aos palcos após prolongada ausência, os Silence 4 demonstraram que o tempo não desfaz o sentimento coletivo que os une desde o início da sua carreira.
Em grupo, a solo, ou incluídos em novos projetos, esperemos rever em breve todos os elementos dos Silence 4 que nos fizeram vibrar durante muitos anos.
O caminho continua...
Até breve Silence 4.

3ª encontro de Concertinas em Arnoso Santa Eulália

No proximo sábado, dia 16 de agosto, irá realizar-se o 3ª encontro de Concertinas em Arnoso Santa Eulália. junto à praia Fluvial, organizado pelos Amigos das Concertinas Arnoso Stª. Eulália.

Programa
17:00H Recepção dos Grupos
18:00H Missa no Mosteiro de Stº Amaro (junto à praia fluvial)
19:00H Actuação do Grupo "Os Tupa"
19:15H Jantar
19:45H Atuação do Grupo - Os Amigos das Concertinas de Arnoso Stª Eulália
20:00H Atuação dos Grupos convidados para o evento

Saiba mais em www.arnososantaeulalia.com

Não falte!

Serenata ao Fado

Serenata ao FadoSerenata ao Fado

Apoiado pela Reitoria da Universidade do Minho e pela Associação de Antigos Estudantes da mesma universidade, o Grupo de Fados e Serenatas cumpriu com êxito o espectáculo «Serenata ao Fado» no pretérito dia 12 de Abril, no Theatro Circo, com casa cheia.

As individualidades e os grupos convidados corresponderam em presença a uma iniciativa cuja organização há muito se impunha e cujos resultados serão repercutidos no futuro. Braga assistiu a um espectáculo de memórias e de promessas, promovido com generosidade e com entusiasmo e vivido com elevado nível de adesão.

Braga mereceu e merecia este espetáculo, até porque é uma cidade onde vivem alguns tocadores de guitarra e alguns intérpretes de apurada técnica e longo historial.

O Fado de Coimbra foi a menina dos olhos de toda a gente, foi o género musical em ação, foi o estilo de vida em palco. O país ainda se revê nestes códigos ou sistemas culturais de produção musical, não só por eles terem muitos anos de formação e de desempenho, mas sobretudo por eles espelharem modos de vida e filosofias da arte que asseguram a vitalidade cultural de largos setores sociais, especialmente a juventude universitária. O Fado enquanto género musical assume, no nosso país, duas representações distintas, quer na execução técnica, quer na inspiração temática, que se enquistaram na identificação de Fado de Lisboa e Fado de Coimbra, dando, inclusive, justificação ao fabrico diferenciado das guitarras e à sua afinação e técnica de execução.

Foi bom e bonito e proveitoso termos estado em presença de grupos intérpretes e criadores do Fado de Coimbra, alguns deles mais do que herdeiros de uma tradição de tocar e cantar o fado, na medida em que não só a repetem como a transformam e recriam e projetam. Foi pena a ausência de Almeida Santos, mas a sua carta de justificação potenciou os factores das memórias e da história desta modalidade musical.

Serenata ao Fado - Vista Geral de Palco
O fado de Coimbra estriba-se numa história da música portuguesa a partir de alguns argumentos que se mantêm dinâmicos: resulta de uma tradição de cantar e tocar a guitarra que se «opõe», em técnica, em ritmo e em temáticas, ao fado de Lisboa; mantém viva a dinâmica da palavra sobre a do ritmo, apurando a técnica vocal a partir dos modelos de formação erudita; estrutura-se numa técnica de execução da guitarra que concilia inventividade melódica e de acompanhamento, dando importância pessoal e de grupo ao desempenho de «variações» ou peças instrumentais, criações de autor.
O programa do espetáculo teve as preocupações de mostrar uma carta bem recheada de fatos musicais, alguns na linha da tradição pura e dura, outros já com linhas evolutivas e tendências experimentais. O público teve a oportunidade de verificar que se respeita um cânone de tradição e que esse cânone mexe, move-se. Em suma, o programa quis mostrar que é bom que os velhos e os jovens aprendam e repitam, é bom que recriem e criem, é bom que respeitem e que se atrevam.
O Grupo Presença de Coimbra (constituído por Manuel Borralho, um mestre com escola já em Braga, e José Ferraz – guitarras – Manuel Gouveia – viola – e Jorge Cravo – voz) fez a abertura do espetáculo e deixou bem patente a sua dinâmica de renovação e procura de novos caminhos, quer em termos de escolha poética, quer em termos de construção formal. A fuga ao lugar comum e ao modelo mais simples requereu um elevado desempenho técnico e um aproveitamento das potencialidades instrumentais aos intérpretes, que se mostraram à altura, mas que teriam beneficiado com um melhor equilíbrio da ampliação sonora.

O Grupo Serenata de Coimbra juntou algumas individualidades que marcaram a história do fado, quer como intérpretes, quer como compositores, com destaque, naturalmente, para Luís Goes, sem desprimor para os outros. Nas guitarras, a presença de João Moura, outro mestre que fez já escola em Braga, e Alexandre Bateiras, trouxeram a técnica de execução instrumental mais intensiva, ao estilo Carlos Paredes, os intérpretes foram uma variada escolha de timbres e de posturas, mas Luís Goes aproveitou bem a oportunidade de mostrar essa linha já consagrada do Fado de Coimbra como canção de intervenção cívica, a aproximar-se de formas mais eruditas ou mais exigentes, até quando parecem simples e já estão no ouvido de todos.

Serenata ao Fado - Capa

Memórias de José Afonso e de Adriano e de Luís Goes foram trazidas ao palco para confirmarem uma história de marcos evolutivos no Fado de Coimbra, nesse lastro comum que se fez a partir de canções populares das Beiras e a partir de canções de protesto e de intervenção, com a consagração das variações instrumentais, demonstrações de técnica e de composição. Toda uma história mostrada num coletivo de vozes, o Coro de Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, com o piano, as guitarras e as violas, numa harmonização potenciadora dos impactos melódicos, ora na voz dos intérpretes singulares, ora nas intervenções corais, com momentos divertidos de composição naturalista como aquele composto de assobios, vozes de aves e sons de rua. Toda a criatividade está ao alcance dos intérpretes, é bom não esquecer, e todos têm a ganhar com a imaginação livre dos sons e das suas funções.

Por último, os grupos da cidade. Primeiro, o Grupo de Fados de Antigos Estudantes das Universidades de Coimbra, Porto e Minho, onde as guitarras de Domingos Mateus e de Luís Cerqueira e a viola de Luís Veloso se alcandoraram a um notável desempenho, e onde as vozes, na sua diversidade de timbres e de empenhos, demonstraram os prazeres da variedade, mas onde Napoleão Amorim se expôs com toda a sonoridade intacta dos seus primeiros anos e ao mais já conta 84, confirmando essa característica peculiar destes eventos: mostrar em idade avançada a vitalidade de registos sonoros que marcaram a juventude.

Depois, o Grupo de Fados e Serenatas da UM: os jovens que asseguram a atual formação estiveram impacientemente no seu melhor, acusaram o toque da responsabilidade, mas demonstraram o essencial: aprenderam bem com os mestres, interiorizaram os cânones da tradição, agora predispõem-se a enfrentar o futuro sem complexos formais. Todo o caminho de criatividade os espera, todo o caminho de identidade os há-de julgar, todos os caminho de facilidade os poderão trair.

Uma palavra de louvor ao trabalho de mobilização levado a cabo pelo Jaime Leite, uma figura incontornável no movimento associativo e neste desenvolvimento do Fado de Coimbra em terras de Bracara Augusta, esta cidade que não deve pôr de parte a ideia de contribuir para um «fado» seu, tantas são as suas peculiaridades de influência.

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