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Eduardo Coelho

Músico autodidata, inicia o seu percurso musical público em 1987, no Orfeão Universitário do Porto (OUP), integrando as tocatas dos diferentes grupos etnográficos, o que lhe permite entrar em contacto com uma panóplia de cordofones regionais - cavaquinho, viola braguesa, rajão, viola de arame.

Ainda no OUP, entra em contacto com a guitarra portuguesa e os instrumentos da família do bandolim. Torna-se 1.º guitarra do Grupo de Fado Académico do OUP e responsável artístico da Tuna Universitária do Porto, que, sob a sua regência, grava o LP "Acordes, Harpejos, Tainadas e... Beijos!" e que se tornou a primeira tuna portuguesa a ganhar um festival de tunas na vizinha Espanha - o "Múrcia, Costa Cálida", em 1993.

Em 1994 integra o projeto "Vai de Roda". Participa na gravação e nos arranjos do trabalho "Polas Ondas", distinguido em 1997 com o prémio José Afonso para o melhor álbum de música tradicional.

Atualmente, participa regularmente nos espetáculos da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto, sendo um dos diretores musicais da Tuna Veterana do Porto.

Em 2010 edita, em co-autoria, "Qvid Tvnæ? A Tuna Estudantil em Portugal", a primeira obra publicada em Portugal inteiramente dedicada ao fenómeno das tunas estudantis, de meados do século XIX até 1995. O estudo aborda ainda a génese das tunas no país vizinho e no mundo ibero-americano e o fenómeno mais lato das orquestras de plectro.

Integra a organização do FIGA - Festival Interatlântico da Gaita-de-foles.

João Paulo Sousa

Nasce em Viseu em 1966, onde reside. Licenciado em Direito pela FDUC, é Advogado.

Membro dos Grupos de Fados de Coimbra "Toada Coimbrã” “Grupo de Canto e Guitarra do Orfeão de Viseu”, sendo autor e arranjador de várias composições.

Músico residente da banda de acompanhamento da cantora Isabel Silvestre.

É Professor, desde o ano letivo de 2006/2007, do curso de Guitarra Portuguesa (variante de Coimbra) no Conservatório Regional de Música Dr. Azeredo Perdigão, em Viseu, onde tem a Direcção do Ensemble de Guitarras Portuguesas.

Foi seccionista da Secção de Fado da AAC. Membro da Estudantina Universitária de Coimbra;

Membro fundador da Tuna Académica Infantuna Cidade de Viseu.

Publica em Maio de 2002, através da Palimage Editores a monografia intitulada “Dez Anos de Infantuna – Contributo Para a Memória de UM Fenómeno”.

Publica em Março de 2012, em coautoria com Eduardo Coelho, Jean Pierre Silva e Ricardo Tavares a obra “QVID TUNAE – A Tuna Estudantil em Portugal”.

Conferencista em várias ocasiões no âmbito da temática da Tuna estudantil.

Jean-Pierre Silva

Jean Pierre

 

Diplomado pela Faculdade de Letras da UCP - Viseu e pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UL, é professor de línguas e literaturas modernas.

Foi fundador e 1.º director musical do Real Tunel Académico – Tuna Universitária de Viseu (entre 1991 e 2001) e da Tuna da UCP de Viseu (entre 1992 e 1994), além de membro fundador da QuarenTuga (2016).

Fundou e dirigiu, igualmente, o Orfeão Académico daquela cidade, entre 1993 e 1995, com o qual participou na gravação do CD “Antologia dos Melhor Coros da Beira Alta”, em 1995. Regeu alguns coros, sendo fundador e  maestro do Chorus CSD de Lisboa (com trabalho destacado em arranjos e orquestrações para coro e orquestra, nomeadamente na vertente litúrgica).

Autor e compositor, logra alcançar, em 1993, o 1º lugar, no Festival de Lafões, organizado pelo famoso grupo de música popular Alafum,  e, no âmbio das tunas, vários temas seus constam dos CD, “Viseu Aqui Eu Te Canto” (1995), “Trovas Soltas “ (1998) e “Trilhos” (2011); sendo que outros,  de teor litúrgico, são interpretados por diversos coros (do país e do estrangeiro).

É membro registado da SPA – Sociedade Portuguesa de Autores.

Ao longo da sua vida académica, ocupou diversos cargos como dirigente associativo (Associação Académica, Pastoral do Ensino Superior e Federação Académica - em Viseu).

Também pela sua actividade tunante, foi galardoado com diversos prémios (atribuídos da AAV e pela UCP de Viseu), destacando-se o Prémio “Arte&Cultura” e o Prémio “Augusto Hilário” (ambos por 2 vezes, em 1998 e 1999), bem como, em 2020, ter recebido o de "Mérito Académico", além de ter sido nomeado Sócio Honorário da AAV.

Foi orador no II, III, IV, V, VI, VIII e IX ENT (Encontro Nacional de Tunos), bem como no II Congresso Ibero-Americano de Tunas (Múrcia 2014) e no II TUNx (Porto, 2016), além das suas diversas participações nas rubricas tuneris da PTunas TV ("Tunices" e "Tuna Portugal").

 Em 2009, recebe o prestigiado "Prémio Anim’Arte", atribuído pelo GICAV (Viseu).

 Autor do blogue "Além Tunas", é também administrador do grupo de facebook Tunas&Tunos, membro colaborador do Museo Internacional del Estudiante, antigo investigador colaborador da associação internacional TVNAE MVNDI e foi subdirector de informação do portal PortugalTunas, em 2011-2012.

Em 2013, junto com Ricardo Tavares, funda o Museu Fonográfico Tuneril, de que é actualmente responsável.

É membro do Comité Científico da Revista "Legajos de Tuna"desde 2017 (revista para a qual escreve diversos artigos sobre a Tuna portuguesa) e, em 2020, é-lhe conferido estatuto de  Membro Honorário da associação TUDI (Tunos Decanos de Iberoamérica), fazendo parte do seu Comité Científico Internacional.

Tem integrado diversos júris em certames por todo país, tem igualmente participado, como orador, em palestras sobre Tradições Académicas (organizadas por diversos grupos/instituições estudantis), área à qual estende o seu interesse e estudo (sendo autor do blogue "Notas&Melodias").

Em 2021, é co-fundador da Academia de História da Tuna.

 

Tuna/ Estudantina

Tendo surgido inicialmente em Espanha, em meados/finais do século XIX com a designação de "estudiantinas", as tunas são agrupamentos musicais tanto de âmbito popular (urbano e rural) como estudantil. São constituídas, essencialmente, por cordofones plectrados, dedilhados e friccionados acompanhados de acordeôes, flautas e percussão ligeira. Nos agrupamentos de cariz estudantil, as pandeiretas são ícone histórico indispensável.

As tunas podem apresentar-se em palco tanto sentadas (em disposição orquestral clássica) como de pé. Interpretam um repertório eclético, do erudito ao popular, acompanhando a execução instrumental com canto (a solo ou em coro), característica mais visível nos agrupamentos de estudantes.

As tunas estudantis, e em especial as do foro universitário, envergam o traje da academia em que se integram ou indumentária própria (usualmente baseada na tradição das tunas do país vizinho e/ou evocativo do património cultural local). São normalmente constituídas por estudantes e antigos estudantes, recebendo a designação de "tunas de veteranos" ou "quarentunas" quando exclusivamente compostas por estes últimos.

Em Portugal, as tunas conheceram uma larguíssima difusão fora dos meios universitários até à década de 1990. De facto, no meio estudantil, foram um fenómeno muito mais liceal do que universitário.

No meio popular, tomaram diversas designações - estudantina, ronda, orquestra típica. Originalmente constituídas por "instrumentos de tuna" (os instrumentos da família do bandolim) - "instrumentos que permitem que as pessoas que não sabem música toquem para pessoas que a sabem" (no dizer inspirado, se bem que não inteiramente verdadeiro, de um popular e transmitido por Ernesto Veiga de Oliveira), as tunas foram progressivamente sendo "infiltradas" pelos instrumentos tradicionais de cada região, a ponto de se confundirem com as tocatas regionais, sendo que estes instrumentos (principalmente o bandolim) também transitaram para a esfera da etnografia, acabando por se fundir no fundo tradicional.

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